segunda-feira, 25 de julho de 2011

SÍNDROME DA BELA ADORMECIDA - VOCÊ JÁ OUVIU FALAR? CONHEÇA





A Síndrome de Kleine-Levin (SKL) caracteriza-se pela trilogia dos sintomas: hipersônia (diurna e noturna), hiperfagia e hipersexualidade. Ainda podem ser acrescentados à trilogia clássica: irritabilidade e apatia.

A SKL foi descrita pela primeira vez em 1925 e 1929 por Klein e Levin. É uma perturbação crônica (com duração variável, em torno de 8 anos), paroxística (com períodos críticos de "ataques", que persistem por cerca de 10 dias e que recorrem três a quatro vezes por ano) e bastante incapacitante (tanto para as tarefas intelectuais quanto para a vida profissional e social), embora seja "autolimitada" quanto ao tempo de evolução, isto é, terminando, espontaneamente, com ou sem tratamento.

É bastante rara, chegando alguns estudos a mencionarem que até 2004 eram apenas 500 casos registrados em todo mundo. Acredita-se que seja subdiagnosticada.

EPIDEMIOLOGIA

Mais frequente entre homens, ainda que alguns estudos apontem 21% de mulheres acometidas.

Há divergências quanto à idade em que geralmente ocorre o primeiro episódio: alguns trabalhos mencionam primeiro episódio na adolescência como típico, outros o primeiro episódio na segunda década. Dando continuidade aos sintomas na segunda ou terceira décadas de vida.


Ainda de causa desconhecida. Suspeita-se que seja uma doença auto-imune desencadeada por vírus, vez que a maioria dos casos principia após uma infecção viral (semelhante à influenza, síndrome gripal), com febre mediana e amidalite.


s episódios podem ser precedidos por uma fase prodrômica que dura de 1 a 3 dias com: mal-estar, cefaléia e letargia.

Os ataques de sonolência surgem e terminam repentinamente e duram de dias a semanas. A pessoa dorme por 18, 20h seguidas. Os intervalos de normalidade entre os ataques podem durar: semanas, meses, até anos.

Outro sintoma é o consumo de grandes quantidade de comida, que pode se dar pela hiperfagia ou pelo binge eating (compulsão alimentar, ficar comendo toda hora). Com marcante predileção por doces e chocolate. A hiperfagia ou o binge eating podem não estar presentes em todos os ataques de hipersonia.

Alguns trabalhos mencionam que a hiperssexualidade somente se apresenta em 1/3 dos pacientes, sendo muito mais frequente em homens. A desinibição social também é marcante.

Além disto, humor eufórico é o mais frequente: com o indivíduo acometido tagarelando, cantando, inquieto, nas horas em que não está dormindo. mas labilidade emocional e depressão também são encontrados.

Podem apresentar ainda idéias delirantes persecutórias e alucinações visuais.

Alguns casos apresentam ainda confusão mental leve.

BIBLIOGRAFIA

LIMA, Dênio and ZAGALO-CARDOSO, José Antônio. Síndrome de Kleine-Levin: caso clínico e dificuldades de diagnóstico. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2007, vol.29, n.3 [cited 2009-11-25], pp. 328-332.

REIMAO, RUBENS and SHIMIZU, MARISA H.. Kleine-levin syndrome: clinical course, polysomnography and multiple sleep latency test. Case report. Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 1998, vol.56, n.3B [cited 2009-11-25], pp. 650-654 .

JUSTO, Luís Pereira; CALIL, Helena Maria; PRADO-BOLOGNANI, Sílvia A. and MUSZKAT, Mauro. Kleine-Levin syndrome: interface between neurology and psychiatry. Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 2007, vol.65, n.1 [cited 2009-11-25], pp. 150-152 .

Síndrome de Kleine-Levin: Revisión y caso clínico.

Manual de psiquiatría médica. Por David P. Moore,James W. Jefferson, pp 59-60.

Bela Adormecida verdadeira passa 22 horas por dia na cama

Louisa Ball tem síndrome de Kleine-Levin, ou SKL, uma doença que não tem cura. Depois de dias de sono, ela acorda sem se lembrar de nada, cinco quilos mais magra e com muita fome.


A Bela Adormecida existe e chama-se Louisa. Tem 17 anos, parece uma princesa e dorme. Se nós contamos as horas de sono, a inglesa Louisa Ball conta o sono em dias. Dias e mais dias de uma adolescência que ela quase não viu passar.

A Bela Adormecida de verdade não vive em um castelo, e, sim, em uma casa comum, perto do mar, no sul da Inglaterra. O sono não foi provocado por nenhuma bruxa, e, sim, por uma doença rara. E a diferença mais importante é que, na vida real, o conto de fadas às vezes parece um pesadelo.

Tudo começou três anos atrás. Depois do que pareceu uma gripe normal, a menina tranquila se transformou: virou agressiva, xingava os pais. A mãe conta que não a reconhecia: "Parecia uma outra menina", ela diz.

Louisa só se acalmava dormindo. Até hoje, as crises de sono duram de uma a duas semanas e não adianta ninguém chamar.

Um comentário:

  1. Mais uma bela matéria minha cara Leile. Já ouvi falar na síndrome, mas agora depois do seu texto virei catedrático. Rsrsrsrsrsrs. Valeu o seu blog tá arrebentando com noticias sempre atualizadas!!! Um abraço forte!!!

    robertoalexandreblog.zip.net

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