sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ENEM 2011 - COMO RESOLVER ESSA QUESTÃO?

O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG), que representa 3.000 instituições de ensino, vai requerer a anulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011. Os advogados da entidade estão redigindo o documento que será protocolado no Ministério Público Federal no estado até a próxima terça-feira.

De acordo com o presidente da entidade, Emiro Barbini, o vazamento das questões do exame nacional, reconhecido nesta quarta-feira pelo Ministério da Educação (MEC), motiva o pedido de cancelamento de todo o Enem. "Não é a primeira vez que falhas acontecem no Enem. Não há mais confiança no exame, os alunos e as famílias não acreditam mais nos resultados", diz.

Segundo Barbini, o cancelamento do exame é uma orientação dada pelo próprio MEC a instituições de ensino privadas em situações semelhantes. "Temos vários casos de faculdades que tiveram questões divulgadas antes do vestibular e que tiveram que cancelar o teste a pedido do MEC", diz.

O representante das escolas privadas mineiras argumenta ainda que não há garantias de que as questões do Enem divulgadas previamente foram conhecidas apenas pelos alunos do Colégio Christus, de Fortaleza. "Com a internet, é muito simples um aluno do Norte mandar testes e questões para amigos no Sul do país, por exemplo", conta.

Já é o segundo pedido de cancelamento do exame federal. Nessa quinta-feira, Ministério Público Federam ajuizou ação em que pede a anulação das 14 questões do exame que vazaram. Caso o pedido não seja aceito pela Justiça, o MPF quer o cancelamento de todo o Enem 2011.

O Sinep-MG vai solicitar também a suspensão da divulgação dos resultados e do início da correção das provas até que as investigações policiais sobre o vazamento se encerrem e que a Justiça se pronuncie sobre os pedidos de suspensão do Enem. Para Barbini, as dimensões do Enem (são 5,4 milhões de inscritos) prejudica o processo de elaboração e aplicação do exame. "Queremos enviar uma sugestão oficial ao MEC para que passe a ser considerada a aplicação descentralizada do Enem", diz. Ele sugere que cada universidade federal que aderir ao Enem seja responsável pela aplicação do exame em seu estado.

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Nesta quinta-feira (27), o Ministério Público Federal do Ceará (MPF-CE) decidiu entrar com uma ação civil pública para pedir a anulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo território brasileiro ou ainda que as 14 questões que foram vazadas pelo Colégio Christus, de Fortaleza, sejam anuladas.

A ação, que foi encaminha pelo procurado federal do Ceará, Oscar Costa Filho, ainda consta o pedido que o Ministério da Educação (MEC) suspenda a medida que determina que os 639 candidatos do colégio Christus tenham que refazer a prova. O pedido foi protocolado na Justiça Federal do Ceará. “Esses 639 competem igualmente com candidatos de todo o país, independente da base territorial. Essas seriam as formas de manter a isonomia entre todos os alunos do Brasil”, comentou o Costa Filho.

Nesta segunda-feira (24), o Inep afirmou que foi aberta uma investigação para apontar possíveis erros que permitiram o vazamento do tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio 2011. Possíveis erros permitiram que o repórter do jornal O Globo fraudasse o Exame. O jornalista Lauro Neto divulgou o tema na internet, às 13h59 de domingo.

O jornalista realizou a prova e divulgou no site do jornal. “Bateu vontade de ir ao banheiro. Como não havia nenhum fiscal por perto, decidi testar a segurança da prova e mandei um SMS para a equipe de reportagem do GLOBO com o tema da redação: ‘Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado’. (…) Deu tempo até de mandar outro torpedo com os títulos e autores dos textos da coletânea”.

Lauro Neto também testou a fiscalização do Exame de outras formas. Além de usar o celular, ele também compareceu ao local de prova com boné, óculos escuros, caneta não transparente, lápis e borracha. Todos os itens são proibidos e desclassificatórios.

A assessoria de comunicação do Inep informou que os coordenadores da prova foram chamados para avaliar o que teria acontecido. Segundo o Instituto, não houve vazamento algum ou prejuízo aos demais candidatos. Isso porque a prova teria permanecido em sigilo total até seu início, às 13h de domingo.
Fiscal que trabalhou na Faculdade Cantareira durante o Exame nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 detalhou falta de organização e descaso com os deficientes físicos
Maria Lúcia Zanutto

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2011, realizado no último final de semana para 5,3 milhões de estudantes inscritos, não teria ocorrido de forma totalmente regular. Deficientes físicos teriam sofrido com o descaso dos coordenadores, segundo relato de um fiscal do exame ao Universia Brasil.

Paulo*, 24 anos, aluno de Administração da Faculdade Cantareira no campus Belém, São Paulo, relatou que não houve preocupação com os deficientes físicos durante a aplicação do Enem. Segundo ele, a faculdade (que é emprestada ao MEC) não estava adaptada para receber o número de pessoas portadoras de deficiência que receberam. “As cadeiras não entravam nos elevadores. Algumas eram muitas pesadas. O transporte até a sala de aula foi feito de forma separada: primeiro a cadeira, depois o candidato carregado por alguém”, contou.

Além disso, um dos quatro coordenadores responsáveis pela Faculdade Cantareira no Enem (Marcos, Sérgio, Kelly e Sonia) teria xingado um cadeirante que não quis esperar até o final da prova. No Enem, os três últimos presentes na sala só podem ser liberados juntos. “A coordenação teve um desacordo com um cadeirante. Uma das coordenadoras chamou o candidato de ‘deficiente doido’ na frente de todos os presentes”, contou.

“Um deficiente físico tem o direito a uma hora a mais para fazer o Enem. Nós fiscais ficamos até as 19h30 e não ganhamos hora extra por isso. Esse Enem é uma bagunça. Desorganização total”, completou.

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