terça-feira, 24 de agosto de 2010

JEAN PIAGET

Sir Jean William Fritz Piaget (Neuchâtel, 9 de agosto de 1896 — Genebra, 16 de setembro de 1980) foi um epistemólogo suíço, considerado o maior expoente do estudo do desenvolvimento cognitivo.

Estudou inicialmente biologia, na Suíça, e posteriormente se dedicou à área de Psicologia, Epistemologia e Educação. Foi professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954; tornando-se mundialmente reconhecido pela sua revolução epistemológica. Durante sua vida Piaget escreveu mais de cinqüenta livros e diversas centenas de artigos
Através da minuciosa observação de seus filhos e principalmente de outras crianças, Piaget impulsionou a Teoria Cognitiva, onde propõe a existência de quatro estágios de desenvolvimento cognitivo no ser humano: sensório-motor, Pré-operacional (Pré-Operatório), Operatório concreto e Operatório formal■
1º Período – Sensório Motor
Correspondendo ao período que vai do nascimento até aos 2 anos, esta fase é caracterizada pela conquista, por parte da criança, do meio em que está inserida, através da percepção e dos movimentos. Durante esta fase existem várias características específicas, observáveis na criança:
1.A exploração manual e visual do ambiente;
2.A experiência obtida com acções, a imitação;
3.A inteligência prática (através de acções);
4.Acções como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar;
5.As acções ocorrem antes do pensamento;
6.A centralização no próprio corpo;
7.A noção de permanência do objecto.

■2º Período – Pré-Operatório
Este período vai dos 2 aos 7 anos e corresponde à “Primeira Infância”. Durante esta fase, o desenvolvimento da criança tem como base um aspecto muito importante, o aparecimento da linguagem, que irá acarretar modificações nos aspectos intelectual, afectivo e social da criança, a interacção e a comunicação com outros indivíduos.
Neste período, as características observáveis mais importantes são:
1.Inteligência simbólica;
2.O pensamento egocêntrico, intuitivo e mágico;
3.A centração (apenas um aspecto de determidada situação é considerado);
4.A confusão entre aparência e realidade;
5.A noção da irreversibilidade;
6.O raciocínio transdutivo (aplicação de uma mesma explicação a situações parecidas);
7.Animismo (dar vida a seres inanimados).

■3º Período – Operatório Concreto
Situado entre os 7 e os 11, esta fase é considerada a infância propriamente dita. A criança está pronta para iniciar um processo de aprendizagem sistemática e começa a lidar com conceitos abstractos como números e relacionamentos. Começa, assim, a trabalhar em grupo e a ter autonomia pessoal. As suas características mais marcantes são:
1.No início deste período, o equilíbrio entre a assimilação e a acomodação torna-se mais estável;
2.Surge a capacidade de fazer associações e análises lógicas;
3.Ultrapassado o egocentrismo, dá-se um aumento da empatia com os sentimentos e as atitudes do outros à sua volta;
4.No início deste período a criança já é capaz de compreender a propriedade transitiva (ex: o burro é maior que o gato, a girafa é maior que o burro, então a girafa é também maior que o gato), quando aplicada a objectos concretos que a criança conheça;
5.Começa a perceber a conservação do volume, da massa e do comprimento.

◦4º Período – Operatório Formal
Esta última fase, começa por volta dos 12 anos e é durante ela que o indivíduo começa a raciocinar lógica e sistematicamente até através do raciocínio abstracto. O adolescente começa a ter capacidade de se abstrair e de generalizar pondo várias coisas em causa. O foco desvia-se do “é” para o “poderia ser” e já é capaz de tirar conclusões de puras hipóteses. O alvo da sua reflexão é a sociedade sempre analisada com um espírito de mudança e no campo afectivo vive em conflito. Com o tempo, a sua capacidade impressionante de reflexão espontânea dá lugar à estabilidade que chega com a proximidade da idade adulta.
•Personalidade Adulta
Piaget, afirma que a personalidade se forma no final da infância, entre os 8 a 12 anos, com a organização autónoma das regras, dos valores e com a afirmação da vontade. São esses aspectos que se vêm a subordinar num sistema único e pessoal e que vão integrar a construção de um projecto de vida. Este projecto de vida orienta o indivíduo na sua adaptação activa à realidade, em que ocorre um equilíbrio entre o real e os ideais do indivíduo, no plano das ideias tornando-o transformador, no plano da acção.
Na idade adulta não surge nenhuma nova estrutura mental, e o indivíduo caminha então para um aumento gradual do desenvolvimento cognitivo, em profundidade, e para uma maior compreensão dos problemas e das realidades significativas que o atingem. Isto influencia a sua maneira de estar no mundo e os conteúdos afectivos e emocionais.

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