sábado, 21 de maio de 2011

VEJA O DESABAFO DE UMA PROFESSORA DA REDE PÚBLICA - AMANDA GURGEL





Trabalho na rede pública,sei bem do que a Amanda Gurgel fala, não é brincadeira, enfrentar uma sala de aula, muitas vezes com um número excessivo de alunos.
Além disso, receber alunos com algum tipo de distúrbio ou deficiência, diga-se de passagem que a inclusão social, não prepara os professores para recebê-los e os transtornos começam a ocorrer na sala de aula.Muitas vezes nem um psicólogo tem na escola para orientar os docentes.
O professor precisa trabalhar os três horários, para poder sobreviver financeiramente,devido ao seu baixo salário, com isso ele adquire problemas de saúde, que o afastará de sala, aliás, o número de professores afastados com problemas, vem crescendo de forma assustadora.
As condições de trabalho são precárias, falta tudo na escola, às vezes, até cadeira para os alunos, outras vezes é a merenda, temos que conviver com todos esses problemas.
Qualidade de ensino não é só o professor ser bem preparado e estar na escola, é o conjunto,é o prédio em bom estado para funcionar,o material didático, o professor,a merenda,a água, os funcionários e a segurança, tudo isso junto,para harmonizar o ambiente,para que tudo ocorra na normalidade.
A educação é ignorada pela maioria, é raro recebermos visitas de políticos e dos governantes.
No entanto, é através da educação que o país irá se desenvolver,mas isso não sai do papel no discurso de muitos demagogos.
A cada dia diminui a procura na graduação dessa área, educação. O que acontecerá quando não tiver mais professor?
É melhor prevenir do que remediar. Pensem nisso, enquanto é tempo.
Não há outra saída senão,valorizar o professor, remunerar com dignidade, salário justo e decente.
Quem quer passar quatro anos numa universidade para ganhar esse salário?
Quem quer trabalhar os três horários,com três ou mais salas de aula e com mais de trinta alunos em cada sala? Quem?
Fácil né? Faz a experiência e relata.
É fácil culpar o professor por tudo que ocorre na educação.
"O Brasil é um país de todos". Diria que é um país de poucos, veja nas estatísticas quem está fora da escola, quem está desempregado, quem são moradores de rua, quem está preso,quem são os que andam de lotação, quem são os drogados, quem está nas filas do SUS, quem são as vítimas de enchentes e que ficam anos sem assistência, aguardando as promessas se realizarem, quem são vítimas da falta de segurança pública...é a maioria, é o povão.

Um comentário:

  1. Leile, a professora Amanda Gurgel apontou inúmeros problemas da educação brasileira, mas não apontou o verdadeiro culpado. Há um equívoco em achar que um secretário de educação tem poder para resolver o problema da educação. E vou mais além: nem um governador, nem o presidente da republica, tem poder para realizar efetivas mudanças na educação. Quem manda nessa joça é a MALDITA BORGUESIA!!! O governo é o gestor dos interesses burgueses!!! Enquanto, nós ficarmos com esse blá, blá, blá e chororô, só vamos fazer chover no molhado. Não adianta o aluno criticar o professor, o professor criticar o governo pela falta de condições de trabalho e salário baixo. Desse jeito não resolve, porque não aponta o verdadeiro culpado – O MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA!!! O capitalismo impõe obstáculos gigantescos a educação de qualidade. O mestre Paulo Freire afirmou em várias oportunidades que o grande problema é o nosso modelo de educação, ou seja, modelo de educação capitalista (modelo de reprodução das desigualdades). Muitos dirão, e aí, vamos fazer o que? Vamos reunir o povo (a turma da mulambada), os trabalhadores, fazer uma REVOLUÇÃO, e instituir um governo SOCIALISTA, baseado efetivamente nos preceitos marxistas!!! Ah, os poderosos dirão: isso é sonho, nunca poderá ser realizado! Não nos deixem pensar que a liberdade, a igualdade, a justiça... Que são coisas impossíveis!!! Ô professora Gurgel, para com isso, você até me emocionou, mas esqueceu de dar nome ao boi: CAPITALISMO!!! Um abraço forte!!!

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