INCLUSÃO DE VALORES HUMANOS
nos currículos escolares
O Conselho Nacional de Educação (CNE) está promovendo um louvável debate,
em nível nacional, visando incluir a disciplina Direitos Humanos nos currículos
escolares do ensino básico e superior.
Entretanto, esse esforço do CNE só terá um efeito realmente abrangente e
verdadeiramente produtivo para a nação, se iniciar esse processo com o ensino
de Valores Humanos em todas as escolas do país, pelas seguintes razões:
Direitos – são indicativos de TER.
Valores – indicam o SER.
Para que alguém possa TER com equilíbrio, de forma a não gerar transtornos de
variadas naturezas, é indispensável primeiro aprender a SER.
Para que alguém possa vir a respeitar os direitos dos outros e a mobilizar-se colaborando
para que sejam respeitados, é necessário antes construir-se sobre as bases do SER,
e isto só se consegue mediante a internalização dos Valores Humanos, ou seja, honradez, honestidade, ética, justiça, afetividade, responsabilidade, solidariedade, não violência,
verdade, amor pela natureza, cuidados com o meio ambiente, respeito em todas as suas dimensões, etc..
Nos últimos meses temos desenvolvido diálogos com alguns membros do Conselho
Nacional de Educação (CNE) e da Secretaria de Direitos Humanos sobre o debate que vêm realizando, sugerindo que antes do ensino dos Direitos seria fundamental ensinar-se
Valores Humanos, tendo em vista que são esses valores que formam o caráter, e é
dessa formação do caráter que mais está necessitada nossa sociedade.
As respostas que temos recebido informam que nas aulas de Filosofia, Sociologia,
Ética, Cidadania, e na própria disciplina Direitos Humanos, já são e serão
contemplados os Valores Humanos.
Entretanto, na leitura que nosso grupo (informal) de profissionais da área de educação
faz sobre essa questão, observa algumas diferenças pouco percebidas, mas importantíssimas,
que nos remetem ao seguinte:
Quando se ensina algo, a recepção se dá em nível intelectual, ou seja, é uma informação
que o receptor poderá, ou não, aplicar em seu cotidiano. No entanto, quando esse algo é repassado num formato não apenas intelectivo, mas também envolvendo sentimentos,
emoções e imagens mentais (estas últimas, visualizadas mediante contos e narrativas
como ocorre nos aprendizados de Valores Humanos), acaba sendo internalizado
e passa a fazer parte do caráter.
Certamente esse é um processo lento, para médio e longo prazo, mas é essa formação
do caráter a estrutura única sobre a qual será possível construir-se uma sociedade
moral e eticamente saudável.
Portanto, entendemos que, se quisermos ter no futuro uma sociedade saudável, o ensino
de Valores Humanos deve ocorrer nas salas de aula como matéria específica e num formato próprio, assim como acontecia antigamente, quando os mais velhos os ensinavam
às crianças e jovens.
Só assim, com esses valores internalizados, e não como informações processadas pelo
intelecto, poderemos contar com as transformações interiores tão necessárias em nossa sociedade.
É necessário observar-se também que um dos itens mais importantes dos Valores Humanos
é o respeito em todas as suas dimensões, e quem internaliza esse valor estará praticando
os próprios Direitos Humanos, mesmo sem conhecê-los pelas letras da lei.
Outro destaque é que o ensino de Valores Humanos não dará maiores despesas à nação,
e é de fácil implantação pelas escolas, posto que já existem excelentes conteúdos,
inteiramente gratuitos, via Internet, para o ensino desses valores em sala de aula,
conteúdos já testados, analisados e aprovados por inúmeras escolas e por várias secretarias
de educação estaduais e municipais, como ocorre com este Programa, Cinco Minutos
de Valores Humanos para a Escola.
Se o Conselho Nacional de Educação (CNE) incluir o ensino de Valores Humanos nas
escolas do país, estará dando início a um processo de mudanças lentas, mas sistemáticas
e progressivas, ao começar pela reformulação da mentalidade das novas gerações, posto
que a da geração atual se encontra permeada por desonestidade, violência, injustiça,
corrupção desenfreada, falta de ética, de respeito, pelo “dar-se bem”, etc., mantendo
a nação mergulhada numa situação que, além de vergonhosa, gera muito
sofrimento a milhões de pessoas.
Só mesmo mediante uma mudança radical na mentalidade vigente é possível pensar-se
num futuro melhor e mais digno para nós e para nossos descendentes.
Pensemos na importância das crianças e dos jovens a receberem diuturnamente esses ensinamentos, aprendendo também a olhar o outro com um olhar de acolhimento, de paz,
que são os fundamentos da não violência, e a admirar e amar a natureza e a vida,
em todas as suas expressões.
Se concorda com o exposto, pedimos que colabore da forma como lhe for possível.
Se você é da área da educação, pode levar o ensino de valores humanos à sua escola ou nas de sua área de influência, ou ainda, divulgando esta a seus contatos, difundindo a idéia.
Mas pode atuar de forma bem mais produtiva, levando-a a alguém que possa influir junto aos que têm poder de decisão nessa questão, ou seja: membros do Conselho Nacional de Educação (CNE), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Comitê Nacional
de Educação em Direitos Humanos, de Secretários Estaduais de Educação, políticos, etc..
Pode também apresentá-la a dirigentes de escolas, a secretarias de
educação, etc., que poderão adotar o ensino desses valores em sala de aula,
mesmo sem estarem incluídos nos currículos oficiais.
Quanto maior o número de pessoas que divulguem este movimento, que falem sobre ele com aqueles que podem decidir essa questão, que enviem e-mails a seus contatos...
maiores serão as possibilidades de se conseguir a inclusão do ensino de Valores Humanos
nos currículos escolares, nem que seja associado a outra disciplina.
Mas, mesmo que isto não venha a acontecer pelas vias oficiais, um movimento como
este irá contribuir para que escolas e professores se engajem, passando a
realizar tais ensinamentos em sala de aula.
Acredite, a sua colaboração estará ajudando a desencadear
um processo de mudanças estruturais, tão necessárias em nosso país.
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