Professora há 14 anos, Vanuzia Lima realiza pesquisas de campo frequentemente, principalmente com estudantes do curso de graduação em geografia do Instituto de Estudos e Pesquisas do Vale do Acaraú (IVA), no município cearense de Sobral, a 200 quilômetros de Fortaleza. “O campo é um laboratório a céu aberto para todas as áreas do conhecimento”, diz a professora.
Antes de uma aula de campo, Vanuzia leva os alunos à sala de multimeios para uma viagem virtual. Ela propõe a realização de pesquisas relacionadas ao conteúdo abordado e, em seguida, a elaboração de um roteiro que permita aos estudantes associar o conhecimento adquirido na teoria com a aula de campo. As atividades são concluídas com um debate.
“A importância da pesquisa de campo nas aulas de geografia reside em ressignificar (sic) o conteúdo a partir do espaço de vivência dos alunos, de modo que os mesmos se tornem mais críticos e participativos na sociedade em que atuam”, diz a professora. Como exemplo, ela cita pesquisa de campo sobre oceanografia com alunos do IVA, todos professores do ensino fundamental e médio de escolas municipais e estaduais.
A atividade foi realizada nos municípios de Hidrolândia, Sobral, Granja e Camocim. Logo após a saída, às 6 horas, o grupo estudou a fonte de água sulfurosa no centro de Hidrolândia e discutiu a importância de sua aplicabilidade na área de saúde no município. Em Sobral, a turma estudou os recursos hídricos a partir do Rio Acaraú (trecho urbano). Em Granja, esses recursos foram avaliados a partir do Rio Coreaú (trecho rural). Em Camocim, foram discutidos, com representantes da comunidade de pescadores, temas como a dinâmica litorânea e a atividade pesqueira.
As atividades foram encerradas com uma peixada na Ilha do Amor, depois de um percurso de barco de cerca de três quilômetros, pelo mar. De acordo com a professora, os resultados foram valiosos. “Os estudantes puderam sentir de perto o cotidiano, a dinâmica das paisagens litorâneas e o passeio pela interface mar e rio, bem como o encontro das águas doce e salgada.”
Vanuzia também dá aulas para alunos de ensino fundamental e médio. Ela leciona na Escola Estadual Ministro Jarbas Passarinho, no Centro de Referência Prefeito José Euclides Ferreira Gomes Júnior e na Escola Municipal Netinha Castelo. Com bacharelado e licenciatura em geografia, tem pós-graduação em desenvolvimento com meio ambiente e em gestão e coordenação pedagógica.
Olhar — Na visão da professora Cristiane Lautenschlager, da Escola de Educação Básica Santos Anjos, em Rio das Antas (SC), a aula de campo acaba com o conceito de que a geografia é uma disciplina cansativa. “Essa prática propicia uma orientação de não ficar preso à sala de aula, mas fomentar a prática do olhar geográfico por meio de aulas no campo”, destaca. Formada em geografia, com pós-graduação na área, ela leciona há nove anos no ensino fundamental e médio.
Fascinada pela geografia, Cristiane promove leituras e debates durante as aulas. Ela acredita que, dessa forma, o aproveitamento é maior por parte dos alunos. A projeção de filmes é outra opção. “Eles ajudam a gravar conteúdos”. A professora também recorre ao uso de maquetes, que julga ser a atividade preferida dos alunos.
Fatima Schenini
Oi Leile, muito boa a matéria, pois aborda a questão da aula de campo. Acredito também que a projeção de filmes é fundamental no sentido de fixar os conteúdos. Realmente as maquetes é o xodó dos alunos... E o mais importante é o debate. Que daí sai à solução de muitos problemas. Um abraço forte!!!
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