terça-feira, 17 de abril de 2012

A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA DE CAMPO NAS AULAS

Professora há 14 anos, Vanuzia Lima realiza pesquisas de campo frequentemente, principalmente com estudantes do curso de graduação em geografia do Instituto de Estudos e Pesquisas do Vale do Acaraú (IVA), no município cearense de Sobral, a 200 quilômetros de Fortaleza. “O campo é um laboratório a céu aberto para todas as áreas do conhecimento”, diz a professora.

Antes de uma aula de campo, Vanuzia leva os alunos à sala de multimeios para uma viagem virtual. Ela propõe a realização de pesquisas relacionadas ao conteúdo abordado e, em seguida, a elaboração de um roteiro que permita aos estudantes associar o conhecimento adquirido na teoria com a aula de campo. As atividades são concluídas com um debate.

“A importância da pesquisa de campo nas aulas de geografia reside em ressignificar (sic) o conteúdo a partir do espaço de vivência dos alunos, de modo que os mesmos se tornem mais críticos e participativos na sociedade em que atuam”, diz a professora. Como exemplo, ela cita pesquisa de campo sobre oceanografia com alunos do IVA, todos professores do ensino fundamental e médio de escolas municipais e estaduais.

A atividade foi realizada nos municípios de Hidrolândia, Sobral, Granja e Camocim. Logo após a saída, às 6 horas, o grupo estudou a fonte de água sulfurosa no centro de Hidrolândia e discutiu a importância de sua aplicabilidade na área de saúde no município. Em Sobral, a turma estudou os recursos hídricos a partir do Rio Acaraú (trecho urbano). Em Granja, esses recursos foram avaliados a partir do Rio Coreaú (trecho rural). Em Camocim, foram discutidos, com representantes da comunidade de pescadores, temas como a dinâmica litorânea e a atividade pesqueira.

As atividades foram encerradas com uma peixada na Ilha do Amor, depois de um percurso de barco de cerca de três quilômetros, pelo mar. De acordo com a professora, os resultados foram valiosos. “Os estudantes puderam sentir de perto o cotidiano, a dinâmica das paisagens litorâneas e o passeio pela interface mar e rio, bem como o encontro das águas doce e salgada.”

Vanuzia também dá aulas para alunos de ensino fundamental e médio. Ela leciona na Escola Estadual Ministro Jarbas Passarinho, no Centro de Referência Prefeito José Euclides Ferreira Gomes Júnior e na Escola Municipal Netinha Castelo. Com bacharelado e licenciatura em geografia, tem pós-graduação em desenvolvimento com meio ambiente e em gestão e coordenação pedagógica.

Olhar — Na visão da professora Cristiane Lautenschlager, da Escola de Educação Básica Santos Anjos, em Rio das Antas (SC), a aula de campo acaba com o conceito de que a geografia é uma disciplina cansativa. “Essa prática propicia uma orientação de não ficar preso à sala de aula, mas fomentar a prática do olhar geográfico por meio de aulas no campo”, destaca. Formada em geografia, com pós-graduação na área, ela leciona há nove anos no ensino fundamental e médio.

Fascinada pela geografia, Cristiane promove leituras e debates durante as aulas. Ela acredita que, dessa forma, o aproveitamento é maior por parte dos alunos. A projeção de filmes é outra opção. “Eles ajudam a gravar conteúdos”. A professora também recorre ao uso de maquetes, que julga ser a atividade preferida dos alunos.

Fatima Schenini

Um comentário:

  1. Oi Leile, muito boa a matéria, pois aborda a questão da aula de campo. Acredito também que a projeção de filmes é fundamental no sentido de fixar os conteúdos. Realmente as maquetes é o xodó dos alunos... E o mais importante é o debate. Que daí sai à solução de muitos problemas. Um abraço forte!!!

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