Município alagoano tem 5,1 mil alunos em regime de 9 horas
Sexta-feira, 19 de julho de 2013 - 11:38
Um planetário para estudar ciências e astronomia; um centro onde se estuda história, artes, música e dança; uma escola municipal de circo e um centro de apoio aos esportes. Os donos desses espaços são estudantes da educação integral pública de dez escolas do ensino fundamental de Arapiraca, Alagoas.
Em 2007, o município começou a investir recursos próprios no ensino de tempo integral e, em 2009, para ampliar o projeto, aderiu ao programa Mais Educação do governo federal. Hoje, de acordo com a secretária de Educação, Ana Valéria Peixoto, Arapiraca tem cerca de 5,1 mil alunos estudando em tempo integral, incluídos os do Mais Educação.
A secretária explica que a educação integral é uma política pública que começa com as crianças do segundo ano do ensino fundamental. Como, no entanto, manter estudantes por nove horas na escola requer muitos recursos, o município atende 100% dos alunos em oito escolas urbanas, uma quilombola e uma no campo. A educação integral nessas dez unidades vai do segundo ao quinto ano (anos iniciais) do ensino fundamental.
A rede de Arapiraca tem 58 escolas e 25 centros de educação infantil, mais de dois mil professores com formação superior e 173 outros profissionais, entre monitores, merendeiras e fiscais que exercem as funções de apoio.
Projeto — Ana Valéria destaca que as unidades com educação integral têm projeto pedagógico, currículo e projeto socioeducativo aprovados pelo Conselho Municipal de Educação. O projeto socioeducativo está dividido em eixos que compreendem letramento, matemática e ciências, esportes, música, teatro e dança.
O projeto municipal, que entra no sétimo ano de execução, é voltado para os estudantes da periferia da cidade. Para atendê-los, a secretaria de Educação montou espaços apropriados para cada atividade fora das escolas — dois centros, o planetário e a escola de circo. Ônibus escolares transportam as crianças de casa para a escola, da escola para os centros e dos centros para casa. O planetário, por exemplo, foi construído com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). É, segundo a secretária, um dos locais mais disputados pelos alunos. A escola de circo é outra atração que mobiliza estudantes, pais e comunidade.
Durante o dia, os estudantes fazem cinco refeições — lanches na entrada e no recreio, almoço, lanche da tarde e jantar, antes de ir para casa. Ana Valéria revela que a prefeitura investe R$ 600 mil mensais para custear a alimentação escolar, além da verba da merenda enviada pelo MEC. “O investimento reverte no encantamento das crianças pela astronomia, na descoberta de habilidades na dança, no circo, no caratê e na alegria dos pais com o talento dos filhos”, diz Ana Valéria, ao avaliar o projeto. O índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) da rede também evoluiu. Em 2007, foi de 3,7 pontos; em 2011, de 4,1, o que deveria ocorrer este ano.
Desafios — Ana Valéria afirma que o desafio de Arapiraca é ampliar a cada ano o número de escolas com educação integral, até ter toda a rede atendida com nove horas diárias de estudos e atividades culturais e esportivas. A política municipal é construir escolas com capacidade para atender em tempo integral todos os alunos.
Em 2013, a prefeitura pediu recursos, por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR) do Ministério da Educação, para construir mais uma unidade urbana dentro dessa filosofia. Em agosto próximo, será aberto um centro de apoio às escolas do campo para atender 350 alunos de unidades da região. No centro, os estudantes terão formação relacionada às atividades do campo, como agricultura familiar.
Município do Agreste alagoano, a 128 quilômetros de Maceió, Arapiraca tem 218,4 mil habitantes, segundo o Censo Demográfico de 2010. É a segunda maior cidade de Alagoas. A economia está baseada na agricultura e no comércio.
Mais Educação — Integrante do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PNE), o programa Mais Educação foi criado em 2007 para incentivar, com transferência de recursos federais, as secretarias estaduais e municipais de Educação a oferecer educação integral na rede pública. Em 2008, primeiro ano de atividade, aderiram ao programa 1.380 escolas de ensino fundamental. Em 2009, o número subiu para 5 mil unidades; em 2010, chegou a dez mil; em 2011, a 14,9 mil e, em 2012, a 32 mil. A meta para 2013 é alcançar 45 mil escolas.
Ionice Lorenzoni
Em 2007, o município começou a investir recursos próprios no ensino de tempo integral e, em 2009, para ampliar o projeto, aderiu ao programa Mais Educação do governo federal. Hoje, de acordo com a secretária de Educação, Ana Valéria Peixoto, Arapiraca tem cerca de 5,1 mil alunos estudando em tempo integral, incluídos os do Mais Educação.
A secretária explica que a educação integral é uma política pública que começa com as crianças do segundo ano do ensino fundamental. Como, no entanto, manter estudantes por nove horas na escola requer muitos recursos, o município atende 100% dos alunos em oito escolas urbanas, uma quilombola e uma no campo. A educação integral nessas dez unidades vai do segundo ao quinto ano (anos iniciais) do ensino fundamental.
A rede de Arapiraca tem 58 escolas e 25 centros de educação infantil, mais de dois mil professores com formação superior e 173 outros profissionais, entre monitores, merendeiras e fiscais que exercem as funções de apoio.
Projeto — Ana Valéria destaca que as unidades com educação integral têm projeto pedagógico, currículo e projeto socioeducativo aprovados pelo Conselho Municipal de Educação. O projeto socioeducativo está dividido em eixos que compreendem letramento, matemática e ciências, esportes, música, teatro e dança.
O projeto municipal, que entra no sétimo ano de execução, é voltado para os estudantes da periferia da cidade. Para atendê-los, a secretaria de Educação montou espaços apropriados para cada atividade fora das escolas — dois centros, o planetário e a escola de circo. Ônibus escolares transportam as crianças de casa para a escola, da escola para os centros e dos centros para casa. O planetário, por exemplo, foi construído com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). É, segundo a secretária, um dos locais mais disputados pelos alunos. A escola de circo é outra atração que mobiliza estudantes, pais e comunidade.
Durante o dia, os estudantes fazem cinco refeições — lanches na entrada e no recreio, almoço, lanche da tarde e jantar, antes de ir para casa. Ana Valéria revela que a prefeitura investe R$ 600 mil mensais para custear a alimentação escolar, além da verba da merenda enviada pelo MEC. “O investimento reverte no encantamento das crianças pela astronomia, na descoberta de habilidades na dança, no circo, no caratê e na alegria dos pais com o talento dos filhos”, diz Ana Valéria, ao avaliar o projeto. O índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) da rede também evoluiu. Em 2007, foi de 3,7 pontos; em 2011, de 4,1, o que deveria ocorrer este ano.
Desafios — Ana Valéria afirma que o desafio de Arapiraca é ampliar a cada ano o número de escolas com educação integral, até ter toda a rede atendida com nove horas diárias de estudos e atividades culturais e esportivas. A política municipal é construir escolas com capacidade para atender em tempo integral todos os alunos.
Em 2013, a prefeitura pediu recursos, por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR) do Ministério da Educação, para construir mais uma unidade urbana dentro dessa filosofia. Em agosto próximo, será aberto um centro de apoio às escolas do campo para atender 350 alunos de unidades da região. No centro, os estudantes terão formação relacionada às atividades do campo, como agricultura familiar.
Município do Agreste alagoano, a 128 quilômetros de Maceió, Arapiraca tem 218,4 mil habitantes, segundo o Censo Demográfico de 2010. É a segunda maior cidade de Alagoas. A economia está baseada na agricultura e no comércio.
Mais Educação — Integrante do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PNE), o programa Mais Educação foi criado em 2007 para incentivar, com transferência de recursos federais, as secretarias estaduais e municipais de Educação a oferecer educação integral na rede pública. Em 2008, primeiro ano de atividade, aderiram ao programa 1.380 escolas de ensino fundamental. Em 2009, o número subiu para 5 mil unidades; em 2010, chegou a dez mil; em 2011, a 14,9 mil e, em 2012, a 32 mil. A meta para 2013 é alcançar 45 mil escolas.
Ionice Lorenzoni
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