sexta-feira, 15 de março de 2013

Santa Cruz do Sul – No município gaúcho de Santa Cruz do Sul, a cerca de 150 quilômetros de Porto Alegre, os estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Guilherme Alfredo Oscar Hildebrand aprendem a participar de todas as atividades de uma horta. As ações incluem itens como a construção dos canteiros, técnicas e época de plantio, técnicas de conservação do solo e maneiras de preparar as hortaliças colhidas.

De acordo com o professor Eduardo Soares, responsável pelas atividades na horta, nesse local os alunos têm a oportunidade de entrar em contato com algo diferente, além de confrontar informações de diferentes áreas do conhecimento, obtidas na sala de aula. “Tivemos alunos que não sabiam os nomes das plantas e nunca tinham visto uma hortaliça numa horta. Só conheciam aquelas que viam nos supermercados”, revela.

Sempre que possível, o professor faz uma relação entre as atividades práticas e os conhecimentos dados em aula. Sua intenção é fazer com que os alunos aprendam, de maneira prática, sobre as diversas fases de desenvolvimento das plantas, como a germinação e a floração, o uso dos nutrientes necessários, a qualidade do solo e a reciclagem de material orgânico. “Todas essas questões abordadas em sala de aula podem ser revistas no ambiente da horta escolar”, destaca Eduardo, que é técnico agrícola com licenciatura em ciências biológicas.

Nas aulas de informática, os estudantes realizam pesquisas sobre uma determinada cultura. Buscam dados como épocas e técnicas de plantio, tratos culturais, fotos das plantas, variedades disponíveis e modos de preparo e, por fim, apresentam as informações obtidas aos demais colegas de turma.

O professor tem a preocupação de plantar todas as culturas da época, a fim de obter uma grande variedade de plantas. Também procura diversificar as atividades desenvolvidas pelos alunos. Assim, enquanto alguns alunos ficam encarregados de molhar as plantas, outros limpam os canteiros e assim por diante. “No momento do plantio, todos participam, pois é uma atividade que todos gostam de fazer”, salienta.

Juntamente com a horta, há uma composteira. Com isso, os alunos aprendem a transformar os materiais orgânicos provenientes da própria horta e da cozinha da escola em adubo orgânico para as plantas. “Também temos uma grande variedade de ervas medicinais, para que os alunos tenham uma aproximação com essas plantas e conheçam os benefícios que a natureza oferece para a saúde”, ressalta Eduardo.

O projeto da horta é complementado por uma oficina de conservas, onde os estudantes aprendem todo o processo para a fabricação desses produtos. ”É uma forma de agregar valor aos produtos colhidos e uma maneira de conservar os alimentos, repassadas aos alunos”, diz o professor.

Segundo Eduardo, uma grande parte dos alunos que possuem espaço disponível em casa começou a cultivar, pelo menos, um pequeno canteiro com suas hortaliças preferidas. Eles usam os conhecimentos adquiridos na horta da escola e trazem as dúvidas surgidas. “Houve melhoras no consumo de verduras por esses alunos”, avalia o professor. Ele atribui isso ao fato deles serem incentivados e acompanharem o desenvolvimento das plantas pelas quais são responsáveis.

O projeto da horta é oferecido a estudantes do terceiro ao oitavo ano do ensino fundamental, participantes do programa Mais Educação. As atividades ocorrem no turno contrário ao das aulas. Da produção obtida, parte é destinada à merenda escolar, parte é vendida a professores, funcionários e comunidade. O restante é doado aos alunos.

Fátima Schenini

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