Após meses de preparo, entre seletivas municipais, estaduais e oficinas regionais, chegou ao fim a terceira edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Este ano, mais de três milhões de estudantes do quinto ano do ensino fundamental até o terceiro ano do ensino médio participaram, além de quase 100 mil professores em 40 mil escolas da rede pública brasileira.
A cerimônia de encerramento foi realizada nesta segunda-feira, 10, em Brasília. Dos 152 finalistas, nas categorias poema, crônica, artigos de opinião e memórias literárias, 20 levaram a medalha — cinco de cada gênero. O tema deste ano foi O Lugar onde Vivo.
O secretário de educação básica do Ministério da Educação, Cesar Callegari, ressaltou o espírito mobilizador da olimpíada e garantiu que iniciativas semelhantes têm contribuído para a melhoria da qualidade do ensino e do aprendizado. Segundo ele, foram mapeadas na rede pública de ensino 18 iniciativas iguais. “É um esforço coletivo. Os professores estão envolvidos em muitas oficinas de formação”, disse. “Os resultados de tudo isso começam a ser medidos, tanto é que o índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) vai mostrando uma evolução consistente.”
Exemplo — Os professores formam um dos principais eixos da olimpíada. Eles recebem material didático e cursos de formação a distância ou presencial para auxiliar os estudantes durante o processo. Afinal, o trabalho começa na sala de aula.
A escola em que a professora Simone Bispo trabalha, em José da Penha, Rio Grande do Norte, é um exemplo do caráter motivador da olímpiada. Nas três edições, a instituição ficou entre as vencedoras. Este ano, o estudante Henrique Douglas de Oliveira, 12 anos, aluno de Simone em turma do sexto ano, levou o primeiro lugar na categoria poema. Ele escreveu sobre a rotina do pai, vaqueiro, e do sítio onde vive. “É um sabor especial”, afirma a professora.
Temas — Os textos dos premiados envolve uma gama de assuntos, desde temas mais sérios, como preservação ambiental e prostituição, até abordagens com humor. De Douradoquara, Minas Gerais, Roberta Oliveira Morim, 14 anos, optou por contar uma história divertida. Seus pais, sentados na plateia, choraram ao vê-la receber medalha na categoria crônica. A estudante do nono ano escreveu sobre os zurros matinais de um jumento da sua cidade. Após a medalha, Roberta espera servir de exemplo aos colegas de turma. “Eu não imaginava, mas se consegui, eles podem conseguir também”, afirmou.
Patrícia Vieira de Queiroga, 16 anos, também acredita que sua conquista estimulará os demais alunos. Vencedora na categoria artigo de opinião, ela escreveu sobre a preservação de uma chaminé em antiga fábrica na cidade de Pombal, na Paraíba. “Defendi a preservação da memória”, disse a estudante do segundo ano do ensino médio. “Não podemos esquecer nosso passado e precisamos valorizar nossa cultura.”
A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro é organizada pela Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, em parceria com o Instituto Itaú Social. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) são parceiros, com o canal Futura.
Paula Filizola
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