domingo, 27 de outubro de 2013

ESCOLA E DANÇA

Desde que passou a oferecer ensino em período integral, em 2006, a Escola Municipal Professora Silene de Andrade, em Goiânia, passou também a oferecer aulas de dança. Embora a novidade tenha encontrado resistência, no início, entre o público masculino, acabou por conquistar a maioria dos estudantes. O projeto é vinculado ao programa Mais Educação, do Ministério da Educação, de ensino em tempo integral.

“As alunas logo se adaptaram às aulas, já com o grupo masculino o processo foi um pouco mais lento”, diz o professor e coreógrafo Eurim Pablo, que participa do projeto desde o início. Ele explica que depois da adesão de alguns alunos, outros foram conquistados. Logo, um grande número de estudantes começou a dançar, o que provocou uma imediata transformação no grupo. “Alunos que não estavam bem nas demais disciplinas e eram considerados problemáticos logo viram a dança como uma forma de comprovar que eram bons em alguma coisa”, avalia. “Com a autoestima elevada, o senso de responsabilidade trabalhado, um professor que lhes dava voz, pois o corpo fala, eles se tornaram referência na escola”, destaca o professor, que também é aluno de mestrado em performances culturais na Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás.
 
Para a diretora da instituição, Marlúcia Rodrigues Coutinho, as aulas de dança ajudam a resgatar a autoestima dos jovens, principalmente daqueles à margem da sociedade, em estado de risco. “Em consequência, eles passam a se cuidar, cuidar do outro, socializar emoções e atitudes, discipliná-las e viver tranquilos, embora com suas realidades”, analisa.
 
De acordo com Marlúcia, os estudantes sentem-se verdadeiros dançarinos. Muitos têm feito matrículas em cursos de dança oferecidos por instituições estaduais de artes, em busca da especialização na modalidade. “Alguns até já trabalham na área”, revela a diretora, que está há 26 anos no magistério e há oito na direção. Com licenciatura em educação artística e bacharelado em artes visuais, Marlúcia é professora de artes em todos os níveis.
 
Embora as aulas de dança sejam oferecidas aos 150 alunos que participam da jornada integral, eles não são obrigados a participar da parte prática da aula. Eles só dançam, efetivamente, quando sentem vontade, mas ninguém fica sem fazer nenhuma atividade. Quem não quer dançar pode participar de outras atividades propostas.
Ensaios — Os ensaios das coreografias com os alunos que participam de apresentações são realizados uma vez por semana, em aula específica. “Nesses ensaios, o grupo é observado para definir quem vai representar a escola em determinado evento”, explica Eurim Pablo. “De modo geral, todos entendem que não se trata de julgamento, pois várias são as questões levadas em conta no momento”, esclarece o professor. Isso engloba pontos como o tipo de evento, participação do aluno nas demais atividades propostas pela escola, dedicação às aulas e responsabilidade ao sair da escola.
 
Os grupos que ocasionalmente ficam fora de uma de uma apresentação sabem que terão uma próxima oportunidade. Há sempre o cuidado em explicar bem aos estudantes os porquês da não participação naquele determinado momento. Entretanto, quando a apresentação ocorre na própria escola, que dispõe de grande espaço, existe apenas uma regra: “Querer dançar”. Assim, não há um grupo de dança permanente. Os componentes variam de acordo com o local e o espaço onde ocorrerá a apresentação — na própria escola ou em mostras pedagógicas ou culturais. Também ocorrem convites de outras escolas ou de entidades particulares.
 
Religião — Há casos de pais que não permitem a participação dos filhos por entenderem que é algo não aceito pela religião que professam. “Esses pais são convidados a assistir a uma aula para perceber, na prática, que a ideia que fazem da dança é equivocada”, salienta Eurim Pablo.
 
Apesar de a estratégia obter sucesso em muitos casos, há pais que não autorizam os filhos a dançar. Esses alunos participam apenas da parte teórica da aula.
 
Fátima Schenini

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Ouvir os alunos permite criar ambiente que favorece ensino
Sexta-feira, 18 de outubro de 2013 - 18:01
A professora Flaviana, que participa do curso de formação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, dá autonomia aos alunos: “Na sala, eles sugerem, perguntam, questionam e mostram muito interesse” (foto: João Neto/MEC)“O que vamos fazer hoje?” Assim a professora Flaviana Lopes Moreira começa a aula com as crianças de 6 e 7 anos de idade que fazem o primeiro ano do ensino fundamental na Escola Municipal Madalena Mendes Nessralla, em Formosa, Goiás. A resposta das crianças é buscar os jogos com figuras, letras e números que estão no armário da sala. Mas a correria maior é na hora de sentar no Cantinho da Leitura, na parte da frente da sala de aula, junto à mesa da professora.

Com essa forma de ouvir os estudantes, Flaviana criou e construiu com eles um ambiente de comunicação na sala e de cuidado com o material escolar. O cantinho é um lugar colorido, no qual as 29 crianças sentam com os livros e os objetos de brincadeiras e estudos. Para traduzir o que essa motivação representa, a professora mostra um fantoche e desenhos criados por eles para contar histórias que leram. “Na sala, eles têm autonomia, sugerem, perguntam, questionam. Eles têm muito interesse”, diz.

Na avaliação da educadora, que é pedagoga e trabalha há três anos com alfabetização no primeiro ano do ensino fundamental, a turma tem bom desempenho. No grupo, três crianças leem para si e para os colegas. Outras 15 usam os jogos para identificar sons, cores e letras. Uma criança tem pouca interação com a turma e as demais estão em diversos estágios de aprendizado.


Formação — Flaviana Moreira diz que o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa chegou para dar o norte aos educadores, para evitar exageros no desenvolvimento de algumas habilidades e falhas em outras. Ela destaca que o curso de formação mostra aos professores o que deve ser ensinado em cada fase da alfabetização e como preparar os alunos para a etapa seguinte. “Sabemos que a alfabetização é um começo”, salienta.

No convívio com os colegas de curso, Flaviana observa e troca experiências, testa e aprende como aplicar jogos em sala de aula, como conduzir atividades de leitura e interpretação de texto. “A orientadora nos faz refletir sobre a prática pedagógica, e isso é muito rico na alfabetização”. Em Formosa, a formação para os professores das turmas do primeiro ano ocorre a cada 15 dias, no turno da noite, sob a supervisão de professores da Universidade Federal de Goiás (UFG), parceira do Ministério da Educação no pacto.


Desafios — Com pouco apoio de alguns pais, a professora Alyne George de Souza, que leciona em turma do terceiro ano do ensino fundamental da mesma escola, relata os desafios na alfabetização de 34 crianças. Ela explica que um grupo de oito estudantes não faz as tarefas em casa por falta de apoio da família e não consegue acompanhar as atividades na aula. “Pais muito ausentes dificultam o desempenho escolar dos filhos”, avalia. Com experiência de cinco anos na alfabetização de crianças, Alyne sugere que a única possibilidade de conseguir melhorar a leitura dessas oito crianças, ainda neste semestre, é com reforço escolar, acompanhamento diário, apoio individual. Ela lembra que em 2012 fez um trabalho de reforço com estudantes de outra turma e obteve bons resultados.

Os 34 estudantes têm na sala de aula todo o material enviado para as turmas da alfabetização na idade certa — livros didáticos e paradidáticos, dicionários e jogos — e o Cantinho da Leitura, com títulos para o terceiro ano. As obras foram enviadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Sobre o curso de formação, Alyne diz que a troca de experiências com colegas é rica e que ajuda na prática em sala de aula. A turma de professores do terceiro ano faz a formação no turno da noite, das 19 às 23 horas, a cada 15 dias. Alyne fez licenciatura curta em ciência e, depois, o curso normal superior e o de pedagogia.


O Cantinho da Leitura é um dos pontos favoritos das crianças de 6 e 7 anos que cursam o primeiro ano na escola de Formosa (foto: João Neto/MEC) Ideb — A Escola Municipal Madalena Mendes Nessralla aparece com índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) acima da média nacional. Em 2009, alcançou 4,7 pontos nos anos iniciais do ensino fundamental (média nacional de 4,4). Em 2011, chegou a 5,3 pontos (média nacional de 4,7).


Ionice Lorenzoni

sábado, 5 de outubro de 2013

PROJETO PARALAPRACÁ ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL EM ALAGOAS

 DRAMATIZAÇÕES: A LINDA ROSA JUVENIL, CHAPEUZINHO VERMELHO.
 CONTAÇÃO DE HISTÓRIA POR UMA ALUNA.
 A BANDINHA; PINTURA LIVRE COM PAIS E FILHOS.